quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Trail Run Socorro e Archeira - 17 de Janeiro de 2016

Uma semana depois do Trail Vicentino voltei a um novo trail, desta vez em Turcifal perto de Torres Vedras. A partida foi dada no Hotel .... A prova previa 29km com 1700mD+. O mesmo desnível da prova de Portalegre mas om menos 12km. Sabia que à partida seria uma prova com muitas e prolongadas subidas. A fasquia estava elevada devido à excelente organização de Portalegre. Depois do fácil estacionamento e levantamento do dorsal  dirigi-me para a zona da partida, num green de um campo de golf. Reencontrei o João Campos com quem estive alguns minutos à espera no "curral" da partida. A partida foi dada com algum tempo de atraso devido ao briefing. Os primeiros 1.6km foram dentro das estradas de alcatrão do campo de golf. Entrámos de seguida numa ribeira onde molhámos as pernas até ao joelho. 


Não foi muito agradável porque ainda não estávamos bem quentes e fiquei com as sapatilhas cheias de detritos (areia e pedras). Acho que é o único defeito que as La Sportiva Ultra Raptor têm. Após sairmos da ribeira entrámos finalmente nos trilhos e foi a primeira das grandes subidas que a prova teve. Felizmente era um estradão com cerca de 2km a subir. A inclinação desta subida, por vezes ultrapassou os 30%! A descida foi igualmente dificil visto que o trilho seguia por umas pedras soltas, fui com especial cuidado para não cair. A descida continuou perigosa com um declive bastante acentuado. Ao 5km surge uma nova e brutal subida, desta vez estávamos a "atacar" a encosta do cerro que tinhamos escaldado anteriomente. A subida desta vez foram 1.5km muito dificeis de ultrapassar devido à inclinação. Novo troço com pedras aparece para complicar o andamento. Mais uma vez fui com especial cuidado para não cair, mas para complicar iamos a partilhar os trilhos com o pessoal da caminhada e do trail curto. Após algumas centenas de metros, cerca do 7km. 




No abastecimento estava pessoal de todas as provas, tive algumas dificuldades em abastecer, pareciam abutres de volta da comida! Após o abastecimento o percurso da prova seguia por um estradão com curvas e contra curvas mas sempre a subir! Atingimos o Santuário Nossa Senhora do Socorro situado quase a 400m a cima do nível do mar. A paisagem era espectacular! Dava inclusivé para ver a serra de Sintra e o Palácio da Pena ao longe. A descida depois do Santuário era bastante prolongada e íngreme com uma extensão de quase 2km. No final desta descida passámos por um viaduto por baixo da A8. Entrámos numa zona de single tracks numa zona florestal com as subidas a voltarem em força, uma primeira com a extensão de 1 km e uma segunda muito violenta com a inclinação em determinados momentos a ser de mais de 30%! Por incrivel que pareça ultrapassei imensos atletas nestas duas subidas.   Ao atingir o primeiro topo tinhamos como prémio dois moinhos e uma paisagem deslumbrante sobre a serra do Socorro e Archeira. Como anteriormente, ao atingirmos um ponto elevado a descida seguinte foi incrivelmente inclinada e prolongada. Ao 12.5km entrámos na primeira aldeia onde fizemos alguns troços do percurso em alcatrão. Após a aldeia voltámos a entrar num curto ciclo de subidas e descidas. As subidas voltaram, bastante ingremes e as descidas em single tracks algo perigosas devido a alguma lama que exisitia no terreno. Ao 15km uma nova subida por um estradão que foi dar a uma nova aldeia, após 700m o segundo abastecimento. Aqui perdi alguns minutos para beber água, coca cola, comer batatas fritas e alguns frutos secos. A subida que seguiu foi a mais dura de todas (pelo menos para mim) que tivemos de enfrentar durante a prova. Houve partes em que a inclinação superou os 40%! Neste troço estavam uns motards a treinar a subida e depois ainda dizem que nós que corremos é que somos loucos... No topo atingimos o forte de Archeira e a paisagem valeu muito a pena, com perspectivas de 360º sobre as serras do Socorro e Acheira. Neste topo dava-se a separação dos percursos do trail curto do longo. A descida foi muito técnica e ingreme, qualquer passo em falso e iamos à cambalhota até lá a baixo.  Para complicar ainda mais a organização decidiu colocar o percurso por dentro de um ribeiro, este troço foi de dificuldade extrema devido às rochas, pedras, areia e água. Foram 500m de atenção extrema para não haver percalços. Mas no final fui recompensado com uma sessão de fotos muito engraçadas!








Mais à frente deu-se um pequeno percalço, torci o pé direito, colocando-o num buraco que estava tapado com ervas. Fiquei a contorçer-me de dores mas apertei bem a sapatilha e fui a trote durante algum tempo. Felizmente o percurso era a subir, pude constatar que o pé não estava assim tão mal tratado e que podia continuar a prova. Continuei por estradões durante os kms seguintes com uma ou outra descida fácil.   À distância da meia maratona entrámos na aldeia de Figueiredo, atravessando a aldeia por estradas de alcatrão e algumas escadas. O terceiro e último abastecimento situava-se no Centro Interpratativo da Serra do Socorro e Archeira. Repeti o comportamento anterior no que diz respeito à alimentação e hidratação. O percurso voltou a subir, desta vez em direcção a umas ventoinhas eólicas situadas num ponto elevado. A descida que se segui às ventoinhas foi complicada por ser em single track muito estreito, com alguma lama e com uma inclinação considerável. Só parámos de descer quando chegámos muito perto da A8, seguimos paralelamente à A8 em quase 1 km, passando depois por um viaduto por baixo da mesma. Daí até ao final, fui rolando porque já estávamos muito perto da meta que seria novamente no campo de golfe. A prova teve apenas 27km e um D+1300m. Cheguei à meta com um tempo final e oficial de 3h35m46s. Terminei classificado em 39º em 131 atletas que terminaram a prova. Gostei bastante da prova. O percurso era desafiante, bonito e bem marcado. Os abastecimentos eram bons e os habituais numa prova de trail. 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Trail Centro Vicentino da Serra - 10 de Janeiro de 2016

Passadas várias semanas depois da prova continuo a revivê-la como se estivesse ainda lá. O relato vai ser feito com várias semanas de atraso mas afirmo com todas as letras que foi o melhor trail que participei até hoje! Fui tudo perfeito, uma organização que pensou em tudo e em todos. Vários eventos para os filhos, para os maridos/mulheres dos atletas, os todos os voluntários em todos os locais da prova, tudo perfeito. Vamos lá ao relato da minha prova. O fim-de-semana começou logo no final de sábado ao final da tarde, eu o Hugo S., o Vítor P. e mais 3 senhoras (que foram à caminhada) arrancámos para Portalegre. Parámos em Évora para um magnífico jantar e seguimos até ao quartel dos Bombeiros de Portalegre. Já em Portalegre fomos levantar os dorsais, ver a feira instalada no mercado e sentir ao pulso à grande festa do trail que se iniciou com a corrida dos miúdos. Voltámos para o quartel dos bombeiros onde pernoitámos. O dia acordou com algum vento e chuva. As condições ideais para a prática do trail. O mercado onde estava instalada a partida estava cheio de malta. Reencontrei o Rui Soeiro, o amigo e companheiro das ultras O percurso iniciava-se subindo um palanque (a partida volante) para entrarmos no "curral" da partida. Arranquei tranquilamente com o Rui porque a prova seria longa. Passámos pelo jardim Corredoura em direcção ao Convento de São Bernardo da Escola da Prática da GNR. Foi interessante passar por este convento e fiquei com vontade de conhecer melhor o local. Desde o Jardim até ao 3.8km foi um percurso sempre a subir, o que obrigou a caminhar. O piso estava lamacento, escorregadio, o que tornou a prova muito técnica. O primeiro abastecimento surgiu cerca do 8km, não só estava presente o staff do abastecimento mas também muitas pessoas a assistirem e um grupo de animação que também faziam parte da organização. Parei alguns minutos para abastecer de líquidos (água, isotónico) e alguma comida (batatas fritas, frutos secos).  Já tinham passado algumas horas desde que tinha comido e estava com fome.  Quando estava a sair do abastecimento estava a chegar o Rui. Durante o percurso encontrámos um elemento da organização vestido de salamandra e realizar os movimentos de uma salamandra real. Os próximos kms seriam difíceis com duas duras subidas e uma terceira subida demolidora a chegarmos praticamente aos 900m. Esta subida foi das mais exigentes que encontrámos durante a prova. Um pouco antes do abastecimento "colei" aos dois elementos dos Esquilos.



 À medida que íamos subindo na cota, o tempo piorava com a temperatura a baixar, o nevoeiro surgia e alguns aguaceiros completavam o quadro. Novo abastecimento surge ao 15km, aproximadamente. Aqui encontro a mulher do Rui e suas duas filhas. Assisto ao reencontro e fiquei contente por ele. Depois de uns minutos lá seguimos todos juntos, eu o Rui e os dois elementos dos Esquilos. O percurso assume um carácter descendente e começam as descidas altamente técnicas com muita lama e extremamente inclinadas. O Rui começou a ficar para trás porque está a recuperar de uma entorse do tornozelo, começando a resguardar-se mais nas descidas para evitar recaídas. A partir do 18km e até ao 21km surge nova subida com grande dificuldade. Atingimos finalmente o PA3, aqui havia café para quem queria, eu com receio de me perturbar os intestinos recusei. Abasteci bem e esperei pelo Rui, enquanto os restantes elementos dos Esquilos arrancavam. O Rui acabou por dizer para seguir, custou-me um pouco seguir sem ele, mas sabia que ele conseguiria terminar a prova. Após o abastecimento seguiram-se 2 km absolutamente demolidores, onde passámos por single tracks e estradões até ao ponto mais alto da prova, muito perto dos 1000m. O clima continuava violento com o vento forte, chuva e nevoeiro à mistura. 




Mais à frente subimos até à Cordilheira Vicentina, um ponto rochoso com uma vista fantástica, mas que o nevoeiro teimou em não deixar ver. O percurso seguiu para o ponto mais difícil de toda a prova, uma descida extremamente técnica, com praticamente 2 km de extensão. Há que referir que neste ponto perigoso estavam bombeiros, o que para qualquer acidente, podia actuar de imediato. Nos vários pontos de atravessamentos de estradas com circulação estava sempre pelo menos um elemento da organização. 




Ao 29km surge o PA4, aqui comi as famosas boleimas, um bolo típico de Portalegre. Voltei a comer e repor os líquidos para enfrentar o que ainda faltava da prova. Nos 2km seguintes fomos sempre a descer por single tracks, com muita lama e duas pequenas quedas sem qualquer problema. Depois de uns single tracks junto de ribeiras,  atravessamentos de ribeiras e consequente lava-pés, ultrapassar atletas da prova mais curta chego finalmente ao último abastecimento, cerca do 36km. Aqui como um belo caldo verde e fico alguns minutos a secar devido à chuva intensa que caía. 



A seguir ao abastecimento o percurso que segui por um single track numa longa subida com várias curvas e contra curvas que gostei bastante. Deu-me imenso gozo fazer aquela parte do percurso. Foram 2km a subir que fiz sempre sozinho e apenas com um elemento muito mais à frente. Senti-me em comunhão com a natureza, senti que fazia parte daquela paisagem. Deve ter sido do cansaço e estava a delirar, mas o que é certo é que adorei aquela parte. Já no topo avisto Portalegre, começando a aproximar-me da cidade, por trilhos. Quase a entrar no alcatrão avisto um elemento dos Esquilos que vinha perdido. 




Sigo com ele até ao final, onde cortamos a meta com um tempo final de 6h29m19s. Como conclusão final adorei a prova. Na minha opinião, tudo foi perfeito, a prova foi exemplar. É uma prova obrigatória para quem gosta de trails. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Trail de Todos os Santos - 03 de Janeiro de 2016

Esta prova estava prevista para o dia 1 de Novembro mas sofreu um adiamento por motivos que nem vou comentar... A uma semana de ir ao Trail Vicentino da Serra decidi ir ao trail curto (15km) para não me cansar muito. Após uma curta deslocação chego a Alvito. Estacionei o carro a 50m da partida, dirigi-me ao local da partida para o levantamento do dorsal e da tshirt (apenas e só).Depois de fazer um aquecimento coloco-me na zona da partida. A prova tinha inicio às 9h e começou quase com 15min de atraso... À partida estariam menos de 50 pessoas para as duas provas (15km e 30km) e caminhada. Arranquei rápido porque seria uma prova relativamente curta. 




O 1km foi percorrido em 4m23s. Após 600m dentro da localidade entramos dentro dos trilhos propriamente ditos. Enfrentámos a primeira subida que permitiu aquecer e bem! Foram 600m a subir até ficarmos cobertos pelo nevoeiro que havia. Após antingirmos um dos pontos mais elevados da prova descemos por terreno um pouco acidententado com uma curta subida pelo meio. O terreno foi tendo um declive negativo até ao 5km. O percurso era feito ora em estradões ora em single tracks, chegámos inclusivé a passar por uma zona florestal. A divisão dos dois percursos foi feita cerca do 5.5km, após uma uma curva de 360º (nesta parte do percurso dava para cortar caminho porque os trilhos estava muito juntos), encontrei atletas do percurso longo a voltar para trás porque se tinham enganado no percurso... Continuámos a subir até já bem perto do "abastecimento". O "abastecimento" teria sido por volta do 7km, num antigo moinho, digo teria sido porque só estavam 2 garrafões de água e alguns copos no chão. Pensei para mim mesmo: "o pessoal nomeado para o abastecimento não apareceu". Não me importei porque a prova era curta. Ao cruzar a estrada de alcatrão havia um GNR e um elemento da organização a apontar os dorsais. Cerca do 8.6km chegámos a um novo moinho onde estava uma pessoa a dizer que estava a 10min do primeiro classificado. Aproveitei a descida e o facto de ter um atleta no meu encalço para acelerar um pouco e fiz o melhor tempo ao km de toda a prova, uns estonteantes 3m52s! Novo cruzamento com a estrada alcatroada e vejo atletas a virem da esquerda (presumo que se tinham enganado no percurso) com um GNR e outro elemento da organização. 



O percurso tornou-se mais técnico com single tracks com muita vegetação que por vezes dificultava a progressão. O segundo "abastecimento" encontrava-se num ponto elevado da prova mas mais uma vez estava deserto com os dois garrafões de água e copos no chão... Neste local deixei de ver fitas, fiquei baralhado com o caminho a seguir, tive de andar de um lado para outro para puder encontrar uma fita que me orientasse qual era o percurso. O percurso felizmente era a descer, dando assim possibilidade de recuperar algum tempo perdido. Daí até ao final fui sempre a "esgalhar" com a força que ainda tinha. Entro dentro da localidade e ainda sou bafejado com uma foto. 



 Ultrapasso a linha de meta com um tempo oficial de 1h17m26s. Terminei classificado em 17º em 58 atletas que terminaram a prova. 

A situação a realçar foi o facto de ter sido uma prova com abastecimentos self service, uma situação que nunca vi nem ouvi falar...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Trilhos do Javali - 12 de Dezembro de 2015

Sabia à partida que esta prova seria um êxito, organizada por atletas muito experientes em corridas de trilhos e pelo facto de as vagas terem sido esgotadas dois meses antes do evento.  À partida estava muito gente conhecida do mundo das corridas, estive alguns minutos a falar com a super atleta Anabela. Coloquei-me sensivelmente a meio do pelotão  mas tive de começar a acelerar porque me fui apecebendo que a prova teria muitos singles tracks. A prova foi-se desenrolando ora por estradões com grandes valas provocadas pela passagem da água ora por single tracks. As subidas e descidas apesar de curtas eram muito íngremes. 




O apoio dos membros da organização durante todo o percurso, indicando a direcção do percurso ou incentivando foi fundamental para uma boa organização. Um abastecimento foi mais do que suficiente para uma prova de curta distância. Em relação à minha participação fui sempre no "vermelho" a forçar sempre o andamento. Na parte final da prova e já perto da meta, na parte da calçada romana senti o cansaço do andamento que trazia. Aliado ao piso irregular, caminhei alguns metros para recuperar o fôlego e para não cair nas pedras. Cortei a meta com um tempo de prova de 1h26m40s. 




Terminei classificado em 64º em 396 atletas que terminaram a prova. Relativamente à classificação por géneros terminei em 61º em 307 atletas que chegaram ao final. Gostei bastante de prova em todos os aspectos realçando o apoio permanente do elementos da organização e do percurso. Uma boa organização numa prova a repetir. Como aspectos a melhorar referia apenas o aumento da distância ou uma prova mais longa.