quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

III Trail Montes Saloios - 09 de Fevereiro de 2014

Três palavras apenas podem descrever esta prova: água (de todos os lados), lama e vento. Cheguei a Covas de Ferro com algum tempo de antecedência, primeiro por não saber onde ficava a localidade e segundo para ter tempo para aquecer alguma coisa. Escusado será dizer que o aquecimento resumiu-se a uma pequena corrida cinco minutos antes da prova começar, devido à intempérie que já se fazia sentir. Fiz o levantamento do dorsal em cinco minutos, com uma tshirt bonita, numa cor que ainda não tinha, cor de laranja. Antes da partida o pessoal estava um pouco à toa sem saber onde era a partida e o sentido da corrida.






Vou ser fácil de identificar nas fotos, pareço um fizz limão....
 

Assim de uma forma atabalhoada lá foi dada a partida. Os primeiros 500m foram realizados em alcatrão.   O 2 km foi feito praticamente em subida com muita lama, água, pedra, ramos de árvores caidos à mistura. Quase a chegar ao 3km tivemos uma descida brutal.



 
 


 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Continuámos sempre com muita lama e água, até ao 7 km quase sempre a subir. Felizmente houve algumas travessias de riachos para lavar as sapatilhas...







 
 
 
 
 
Nesta parte da prova encontrámos muitas pessoas a tirar fotos, o que é sempre bom para mais tarde recordar. Aos 11 km surgiu o primeiro abastecimento com laranjas, bananas e água.
Antes houve um abastecimento de ginja de óbidos! Pensei em comer apenas o copo de chocolocate mas acabei por mastigar tudo com o liquido à mistura!








A partir do abastecimento da ginja começou a chover com bastante intensidade o que dificultou a progressão no terreno. Até ao 12.5 km fomos quase sempre em sentido descendente com muita lama e água. Depois apanhámos uma valente subida, onde no seu final se fazia a divisão dos percursos.



Fomos a descer até aos 16 km, sensivelmente, onde teríamos que atravessar um rio, felizmente havia uma ponte porque o caudal é forte. Ia já um pouco cansado e como estava a chover e quase não ouvia uma senhora da organização a indicar o caminho para a direita. Pela direita fomos a subir, num percurso sinuoso e muito ingreme com o terreno a dificultar muito a subida por ter imensos rasgos devido à água. Foram praticamente 2 km a subir, onde fomos de uma cota de 191m até 333m de cota máxima. Foi uma das partes mais dificeis de todo o percurso, já lá em cima, na zona das ventoinhas eólicas o temporal estava ainda pior com um forte vento e uma chuva frontal! Eramos literalmente atacados pela chuva, que nem conseguia progredir de olhos abertos. Perto do 17 km fomos avisados por elementos da organização que era para virar à direita e ignorar as fitas que seguiam em frente. Isto fez com que encurtasse o percurso em cerca de 2 km. Mais tarde apercebi-me que só avisaram alguns dos atletas porque olhei para trás e começo a ver um grande pelotão atrás de mim. Comecei a fazer contas e provavelmente estaria nos primeiros lugares, pensei logo na injustiça que seria, portanto quando começassem a chegar ao perto de mim iria ceder a passagem aos verdadeiros atletas. Ainda antes, cerca do 18 km, quase me enganava no caminho, segui em frente mas como não vi fitas voltei para trás e virei à direita voltando a ver fitas. Neste troço vejo um relógio caído e pensei logo que fosse dum atleta mais rápido que me tinha ultrapassado, tentei apanhá-lo e quase que caía. Fui com o relógio até ao final para depois entregar a alguém da organização. Até ao 20 km fui sempre a descer por um trilho com imensos buracos e muita água. A determinado momento o percurso era a subir por dentro de um riacho, com a água pelo joelho. Nesta altura fiquei com os dedos dos pés a dobrarem involutariamente. Abrandei o ritmo porque não sentia os pés, lá consegui aquecer e continuei. O segundo abastecimento chegou antes do 22km, muito tarde Já perto do 22 km vejo o pessoal que me tinha ultrapassado a seguir em frente já na localidade de Covas de Ferro, achei estranho porque não via fitas. Vinha um senhor atrás de mim que prontamente disse que o caminho era pela direita e lá fomos nós dar mais uma volta pela serra, não sem antes voltarmos a andar por dentro de água. Quase a chegar apanhámos uma parede tremenda para escalar, muito ingreme, com o terreno cheio de pedras, lama, troncos etc. Provavelmente devido ao cansaço que tinha e a da dificuldade na subida escorreguei e caí, ficando deitado de barriga para cima como se estivesse na praia. Pessoal que vinha atrás de mim perguntou logo se estava bem e se me tinha magoado. Felizmente estava bem, apenas cansado. Depois dessa subida foi rolar até à meta, que se situava dentro do pavilhão, terminando com 2h46m.




No final tivemos direito a um bonito troféu de participação, sopa e fruta. Tivemos foi a surpresa desagradável de tomar banho de água fria. Algo que não pode acontecer, ainda para mais com uma prova de trail toda realizada à chuva e com travessia de vários cursos de água. Fiquei com uma sensação agridoce sobre a prova. Houve muitos aspectos muito positivos (tshirt, troféu, sopa, percurso, voluntários, cobertura fotográfica, zona da chegada), por outro lado houve aspectos muito negativos (duche de água fria, algumas partes da marcação do percurso, ausência de elementos da organização na zona das ventoinhas, encurtamento do percurso da prova, zona da partida). Obviamente que existem duas atenuantes para as coisas que correram mal, o facto de ser a primeira edição oficial e o temporal que se abateu durante a prova. Sobre a classificação não vou referir nada porque não acho justo porque alguns atletas tiveram que correr menos devido ao facto do percurso ter sido encurtado.


 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Grande Prémio Fim da Europa - 26 de Janeiro de 2014

No ano transato tentei inscrever-me para esta prova, mas deixei passar algum tempo e quando fui tentar inscrever-me as inscrições já estavam encerradas. Este ano nem dei hipóteses, assim que abriram inscrevi-me logo. Sabia de antemão que a prova seria dura, por ter ouvido comentários e relatos de anos anteriores. Sabia também que os 4 primeiros km seriam a sempre a subir, já os tinha feito uma vez numa corrida anterior. Sentia-me bem e fresco para "atacar" esta prova. Combinei com o Rui Soeiro irmos juntos. Nas últimas semanas temos andado a treinar juntos, nos Esquilos e ao fim de semana, quando não temos provas. Cheguei a Sintra com tempo (ao contrário das outra vezes em que chego em cima da hora), entreguei o saco com a roupa para vestir no final da prova,  realizo um pequeno aquecimento enquanto espero pelo Rui. Já na zona da partida estávamos os três, eu o Rui e um amigo do Rui, o Duarte. Tiramos umas quantas fotos, para mais tarde recordar.




Às 10h em ponto é dado o tiro de partida e lá seguimos nós em pelotão compacto por Sintra a cima até à serra.



Os tempos dos primeiros 4 km foram: 5m25, 5m39, 5m44, 5m13; conseguimos manter um bom ritmo, mesmo a subir. Eu e o Rui adoptámos uma estratégia inconscientemente, um ir puxando de cada vez. Por volta do 4km surgiu o primeiro abastecimento, bebi uns golos de água o resto seguiu para lavar a cara.

Depois do abastecimento foi manter um ritmo entre 4m24s e 4m40 até ao 10km, onde surgiram algumas subidas, nada comparado com "a subida" uma autêntica rampa com cerca de 200m, tentei não andar, continuei sempre a correr, entretanto o Rui teve que começar a andar porque a rampa fazia mossa! Depois desta rampa terminar e já no alto, ligo o turbo e lá fui eu pelas descidas infernais até à Azóia. O 12km foi feito a 4m30s depois foi sempre a baixar até ao 15km a 3m37s, já mesmo quase a chegar no 16km abrandei um pouco o passo e rolei a 3m51m.







Terminei a prova com um tempo abaixo de 1h20m, mais precisamente 1h19m25s. Terminei a prova em 264º na classificação geral, em 1865 atletas que cortaram a meta. No escalão de Senior Masculino, terminei em 68º em 317 atletas que terminaram a prova. Adorei a prova, com aquele ar místico da serra de Sintra com o nevoeiro que esteve. A organização esteve ao melhor nível, 5* sem nada a apontar. Voltarei para a próxima edição.