segunda-feira, 24 de março de 2014

Meia Maratona de Lisboa - 16 de Março de 2014

Com a a chegada desta prova, faria um ano que tinha terminado a minha primeira Meia Maratona. Foi este um dos poucos motivos que me fez ir à prova, o outro foi o facto de ter sido presenteado com uma inscrição gratuita nesta prova. Apesar de ter começado a correr há apenas cerca de dois anos, começo a perder o interesse por provas curtas, de estrada ou com enchentes de milhares de pessoas. Desta vez tinha companhia, pelo menos até à hora de partida. Fui na companhia do Miguel B., o Paulo e uma colega de trabalho. 




Já no "garrafão" da ponte e com muito tempo antes da partida decidimos fazer um bom aquecimento. Já no meio das outras "sardinhas enlatadas" esperámos pela hora de partida. Após dois minutos e pouco passámos pela linha da partida, eu como era o que tinha a previsão de fazer um tempo mais baixo tentei arrancar rápido. Os dois km da ponte foi feito a 4m42s e 4m13s. Por ser a descer, o 3 km, deveria ser o mais rápido,  foi feito a 4m14s. O primeiro abastecimento fez-me perder imenso tempo devido à confusão que estava naquele abastecimento. Um pouco mais à frente era a divisória da mini maratona e meia maratona. A partir do 5 km estabilizei em tempos na casa de 4m37s até ao 10 km. A volta foi feita na zona do Cais do Sodré um pouco antes do 8 km. O 11 km, fruto do abastecimento ao 10 km,  da respectiva confusão no abastecimento, abrandei imenso e tempo do 11 km foi de 4m48s. Os 10 km foi feitos em cerca de 45min. Até ao 14 km mantive tempos na casa de 4m40s, aproveitei para comer uma marmelada porque já estava a ter alguma fome. Obviamente tive um decréscimo no ritmo, o 14 km foi feito em 4m54s. Ao 15 km foi novamente um abastecimento, bebi água e bebida isotónica. Do 16 km para a frente comecei a perder a vontade de correr provavelmente por começar a ver o pessoal a dar volta na zona de Algés. O retorno era feito no 17 km, desse km até ao final fui mantendo ritmos na ordem dos 4m45s. Houve um abastecimento final onde aproveitei para comer uma laranja e beber água. Senti-me um pouco revigorado e fui até ao final já mais animado. 














Terminei com um tempo oficial de 1h41m47s e um tempo de chip de 1h39m02s. Terminei classificado em 1446º em 9389 atletas que cortaram a linha de meta. No final tivemos direito a uma garrafa de água e um belo gelado. Tendo em conta o calor que se fez sentir durante a prova penso que fiz um bom resultado, fiquei com a sensação que cada vez gosto menos de provas de alcatrão e com milhares de pessoas. A corrida em trilhos está a seduzir-me cada vez mais. 

segunda-feira, 17 de março de 2014

I Trail Comendador Rondão Almeida - ELVAS PATRIMONIO MUNDIAL - 09 de Março de 2014

Fui até ao Alentejo (não ao meu, que o meu é o Baixo-Alentejo) sozinho, propositadamente para este trail. Sendo mais uma etapa na minha caminhada até ao Ultra Trail de Sesimbra, em Maio. Cheguei facilmente até ao estádio de atletismo para levantar o dorsal.







Fiz um aquecimento decente na pista de atletismo, enquanto os atletas se iam concentrando antes da linha de partida, atrás do pórtico.



Foi dada a partida  e lá seguimos nós por dentro da bonita cidade de Elvas. Os primeiros 2 km foram feitos sempre dentro cidade de Elvas.









Entrámos para dentro da muralha do antigo quartel militar e deu para tirar umas quantas fotos.


 




Aqui parecia que estava no trabalho, no meio de antigos carros de combate... Foi interessante ver aquele espólio militar antigo.





 
 
 Fui "apanhado" a tirar fotos....
 
Saídos do antigo quartel, fomos pelas ruas estreitas e pitorescas de Elvas, sempre a subir até ao Castelo.










A partir do 3km começámos finalmente a entrar em caminhos de terra batida logo com uma subida com a extensão de quase 2km em direcção ao forte de S. Graça.

 O forte de S. Graça que mais tarde iriamos conquistar...

 
 Castelo de Elvas lá em cima, de onde viemos...
 
 


Não é muito visível na foto mas quando existiam subidas difíceis a organização colocou placas a avisar da subida difícil e com a frase "Força Pessoa!". Confesso que gostei deste mimo da organização, pelo menos ao início enquanto tinha forças.

Ao longe, o Aqueduto da Amoreira que mais tarde iriamos passar por ele...


 
Neste período da prova ainda tinha a sweat vestida, mas o calor rapidamente me fez tirá-la



Quando pensávamos que iriamos até ao forte fomos brindados com um single track a descer de forma progressiva. Nesta altura a máquina ficou sem bateria e acabaram-se as fotos da minha pessoa. Começámos a correr junto à linha do caminho de ferro em cima das pedras, o que não foi muito bom para os pés. Descemos depois, para o meio de uns canaviais muito apertados e ingremes, sendo uma zona muito técnica que incluiu a passagem por dentro de dois tuneis, obrigando a molhar os pés na água. Nesta parte vi que o pessoal sairia mais tarde continuando junto à linha, ou seja havia a possibilidade de cortar caminho, evitando esta parte técnica. Penso que a organização numa próxima edição terá que rever esta parte, para evitar batotas. Ao 7km surgiu o primeiro abastecimento com água, bebida isotónica, amendoins, mel e umas tostas. Passámos para o outro lado da linha de comboio e começamos a subir ainda de forma ligeira. Mais à frente atacámos uma tremenda subida com cerca de 1 km. Mas como tudo o que sobe, tivemos uma descida muito interessante ainda que com alguma pedra à mistura.  Ao 10 km novamente surgiu uma subida muito ingreme e que foi feita com muita dificuldade e a passo.

A entrada no Forte foi feita por um túnel com uma escadaria enorme e que foi transposta com alguma dificuldade devido à subida anterior. Após esta subida estávamos finalmente no Forte de Nossa Senhora da Graça. Nesta altura a vista era espectacular, connosco a correr em cima das muralhas do Forte. Descemos das muralhas até ao piso térreo do forte, onde demos uma volta de quase 360º. Quase sem me aperceber cheguei ao 2º abastecimento, ao 12 km, este já com a presença de uma banda a animar a malta. Este 2 abastecimento foi de extrema importância, visto que vinha a perder muitos líquidos e já estava com alguma fome. Havia à disposição água, isotónico, Coca Cola, banana, laranja, amendoins, tostas mel e batatas fritas. Aproveitei para comer muitas batatas fritas por causa do sal, um quarto de laranja, água isotónico e Coca Cola. Levei uns amendoins para comer no caminho.
 
 
 
Ainda com comida na boca, mas tive que posar para a foto...
 
 
A seguir ao abastecimento tivemos um período de 2 km sempre a descer, não muito acentuado mas com alguma pedra à mistura.
 
 
Antes do 15 km tivemos novamente uma subida que obrigou a ir a passo, mais uma vez. No cimo da subida estava um monumento, penso que seria de homenagem aos mortos, porque tinha flores. Ao 16 km tivemos que atravessar um pequeno ribeiro, nesta parte do percurso estavam dois elementos da organização a dizer para irmos com cuidado para não escorregar e a ajudar a atravessar o ribeiro. De seguida mais uma subida acentuada para animar a malta. Apareceu nova descida e toca a meter travões para não cair.
 
 
Ao 17 km chegámos ao Aqueduto da Amoreira, tendo a oportunidade de correr ao seu lado e apreciar a magnitude deste monumento. Esta foi a minha parte favorita da prova, tenho que confessar. Mas a organização estava determinada a que nos faltasse o oxigénio e volta a mimar-nos com nova subida colossal. Voltámos novamente a entrar e a andar nas muralhas da cidade de Elvas, passando depois pelo Jardim das Laranjeiras. Antes do 3º abastecimento, ao 20 km mais uma nova subida para garantir que de facto iriamos necessitar do abastecimento. Neste abastecimento aproveitei para comer e bem! Basta olhar para as fotos e ver que estou sempre de boca cheia! O abastecimento foi igual ao anterior, em termos de alimentos e líquidos. Um dos atletas presentes no abastecimento perguntou quando e o que seria o abastecimento surpresa. Os elementos da organização não se descoseram e fiquei a pensar em minis! Depois de uns bons minutos a abastecer lá arranquei ainda a mastigar a comida, debaixo de um sol tórrido, já com muito calor.
 
 







 
 

Contornámos o Museu Militar do Forte Santa Luzia sempre por cima das muralhas. Para recuperar um pouco o ritmo tivemos uns bons 4 km a descer ainda que de forma progressiva. A organização brindou-nos com mais uma surpresa, o trilho seria agora por dentro de um barranco, a profundidade atingiu em alguns momentos os joelhos, mas com o calor que estava até soube muito bem! A determinada altura, ao 24 km aparece-me uma dor na coxa direita e a partir desse momento foi aguentar até ao fim, nas subidas fui sempre a passo. Às tantas começo a ter o mesmo passo que uma atleta feminina, a Cristina Guerreiro, Ultra Maratonista já com muita experiência não só em provas de estrada mas em trails e ultra trails. Lá fomos os dois quase coxos, eu com a dor na coxa e ela com dores nos joelhos e anca esquerda. Fomos falando sobre as provas de trail, resultados de provas e dizendo mal da organização por ter uma primeira parte da prova muito dura. Surge o último abastecimento, mas para minha desilusão não havia minis, só água, isotónico, laranjas e bananas. Mais à frente, juntou-se a nós um espanhol que já vinha também em défice físico. Começámos a avistar o estádio ao 26 km mas sabia que não iriamos logo na sua direcção. Tivemos mais um pequeno desvio que passou ao lado de um lago, ao 29 km. Já no final a organização brindou-nos com a cereja em cima do bolo, uma subida colossal que rebentou com as reservas de energia que ainda dispunha. Felizmente, no topo dessa subida avistámos o estádio, sabíamos agora que estávamos a centenas de metros do final do sofrimento. Entrámos no estádio, dando a volta de honra pela pista de atletismo e como bom cavalheiro que sou deixei a Cristina terminar à minha frente. Terminei a prova em 3h51m56s.








A minha companheira dos últimos km...
 
No final havia o repasto igual ao que havia nos abastecimentos, mas com a sede que tinha, bebi apenas água e uma bebida isotónica de um patrocinador. Esperei alguns minutos para ter uma curta massagem que me aliviou um pouco as dores na coxa, mas o valente empeno já ninguém me tirava. Depois de um belo banho dirigi-me ao restaurante na sede do clube que organizava, para comer uma bela sopa, um prato de esparguete com carne e um belo pudim. Gostei da prova, com uma excelente organização, muitos elementos da organização durante o percurso, bons abastecimentos, muita simpatia. Ou seja o Alentejo no seu melhor! Só podia ser, claro! A melhorar só diria aquela parte do percurso em que havia possibilidade de cortar caminho na zona da linha de caminho de ferro.